Durante sua apresentação no Simpósio de Saúde Mental da Sociedade de Psicologia Evolutiva Aplicada, recém-realizado em Boston (EUA), a psicóloga clínica e terapeuta sexual Marianne Brandon argumentou que os médicos podem em breve começar a prescrever robôs sexuais hiper-realistas para pacientes diagnosticados como “sexualmente disfuncionais”.

Ela adiantou que robôs sexuais estão sendo desenvolvidos – sendo alguns modelos extremamente sofisticados – e que, provavelmente, chegarão dentro de uma ou duas décadas ao mercado. Esses robôs seriam capazes de realizar de quase qualquer ato sexual e que tendem a ter até personalidades que façam com que pareçam inteligentes e espirituosos – ou o que quer que o parceiro desejar.

Segundo sua apresentação, a terapeuta sexual acredita que a maioria masculina no Congresso norte-americano apoiará e aprovará uma legislação que torne possível aos médicos prescreverem esses robôs aos pacientes, e que a conta disso passe a ser paga pelos planos de saúde.

Claro que a suposta solução também traz problemas. Por um lado, ela destaca que os os robôs provavelmente serão desproporcionalmente direcionados aos homens, assim como a pornografia atualmente. E que o dano que o acesso facilitado a eles pode causar aos relacionamentos em geral tende a ser catastrófico para a sociedade.

Como são criados para serem parceiros sexuais “perfeitos” – atraentes, complacentes, convenientes – muita gente certamente vai optar por sair de relacionamentos tradicionais em favor de tanta comodidade. As pessoas estarão menos motivadas a trabalhar em problemas com seus companheiros reais, levando a uma diminuição nos casamentos e até mesmo nas taxas de natalidade.