Hoje em dia, descartamos nossa urina pelo vaso de forma quase automática, mas no passado pensaríamos bem antes de fazer isso. Afinal, na composição da urina aparecem substâncias importantes, como amônia, potássio e fósforo.

De acordo com os romanos, a urina – tanto a humana quanto a de animais – tinha uma relevância inusitada: eles acreditavam que o líquido preservava os dentes e os deixava mais brancos. Eles usavam a urina como enxaguante bucal e a misturavam a pedra-pomes para fazer um creme dental. O costume foi além da era romana e durou até o século 18.

Mas é necessário reconhecer: a ideia por trás disso, apesar de nojenta, está correta. A amônia, um composto de nitrogênio e hidrogênio, pode atuar como agente de limpeza. Tanto é assim que a amônia figura como ingrediente em produtos para a limpeza de vidros, porcelana, aço inoxidável e para remover a sujeira do forno, por exemplo.

Urina de Portugal, a melhor

A relação dos romanos com a urina originou algumas peculiaridades. Confira a seguir:

* Os imperadores romanos Nero e Vespasiano instituíram um imposto de urina (urina vectigal, ou “taxa de urina”) a ser coletado em mictórios públicos.

* Por algum motivo ainda desconhecido, acreditava-se que a urina proveniente de Portugal era a mais forte do mundo e, portanto, a melhor para branquear os dentes.

* A amônia contida na urina tinha relevância na indústria têxtil, atividade em expansão no Império Romano. A urina foi usada nessa época para branquear lã ou linho e couro curtido e na lavagem da roupa doméstica.

* Os romanos davam grande valor aos dentes brancos e brilhantes. Mas o insulto comum a alguém com dentes assim era que eles estavam “cheios de mijo”.