No início de junho, o governo paulista apresentou o Plano São Paulo para retomada das atividades econômicas. Boa parte da capital voltou imediatamente a uma agitação próxima ao normal, fazendo com que imagens dos dois meses anteriores – quando a circulação reduzida chegou a ter impacto nos índices de poluição – pareçam irreais.

Especialistas alertaram para riscos da suspensão do distanciamento social com as curvas que descrevem o número de casos e de mortes pela covid-19 ainda em ascensão. Mas os efeitos não são imediatos: sintomas surgem apenas a partir de duas semanas após a infecção e o sistema de notificações pode ser responsável por atrasos de até 60 dias nos registros.

Com três semanas de reabertura, a vigilância da evolução de casos e óbitos precisa ser cuidadosa para se traçar os próximos passos. Na quarta-feira (24/6), foi anunciada a intenção de retorno às escolas no dia 8 de setembro. Isso só acontecerá, no entanto, caso o estado inteiro se mantenha por 28 dias consecutivos na fase 3 (amarela), quando é permitida a abertura de salões de beleza, bares e restaurantes, entre outras atividades comerciais. A Grande São Paulo foi classificada em 26 de junho, uma sexta-feira, nessa fase. O Observatório Covid-19 BR ainda registra uma tendência de crescimento, sobretudo nas estimativas que levam em conta atrasos nas notificações.

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Paralisação forçada

Nestas fotos de Léo Ramos Chaves, um registro da metrópole em suspensão entre março e maio.

Outra importante artéria da cidade, a Avenida 23 de Maio, vazia em 16 de maio. Crédito: Léo Ramos Chaves
Uma antes impensável tranquilidade na Marginal Pinheiros em 17 de maio. Crédito: Léo Ramos Chaves
A costumeiramente movimentada Teodoro Sampaio, rua de comércio no bairro de Pinheiros, em 16 de maio. Crédito: Léo Ramos Chaves
Alça da Avenida Rebouças perto do Hospital das Clínicas em 16 de maio. Crédito: Léo Ramos Chaves
José Paulino, rua normalmente de intenso movimento comercial, em 31 de março. Crédito: Léo Ramos Chaves
Avenida Sumaré, importante eixo da zona oeste paulistana, em 16 de maio. Crédito: Léo Ramos Chaves
Passageira solitária na Estação República, onde se cruzam duas linhas de metrô e há integração com trens metropolitanos, em 23 de abril. Crédito: Léo Ramos Chaves
Rua da Liberdade com lojas fechadas em 9 de abril. Crédito: Léo Ramos Chaves
Estação Tatuapé, da Linha 3 (Vermelha) do metrô paulistano, uma das mais movimentadas do mundo. Crédito: Léo Ramos Chaves
Raros transeuntes em rua de Perdizes, na zona oeste da capital paulista, em 16 de maio. Crédito: Léo Ramos Chaves
Recado pintado no asfalto lembra que a cidade está parada apenas por uma circunstância maior, em foto de 16 de maio. Crédito: Léo Ramos Chaves