O lendário Jardim do Éden, local bíblico que representava o paraíso na tradição judaico-cristã, está vivendo um verdadeiro inferno, assolado por uma seca que já dura três anos.

Os pântanos da Mesopotâmia, situados entre os rios Tigre e Eufrates, no sul do Iraque, estão à míngua, e a vegetação antes verdejante deu lugar a uma paisagem amarelada e seca. A região é uma das mais pobres e mais afetadas pelas mudanças climáticas naquele país, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que considerou os impactos da seca como “desastrosos”.

Biodiversidade em risco

Pelo menos seis mil famílias que subsistiam da agropecuária – principalmente com a criação de búfalos – foram diretamente afetadas. Alguns precisam andar até 10 quilômetros por entre terras ressecadas para conseguir alimentar e refrescar os animais, como destacou o website France24.

A biodiversidade também encontra-se em risco na região. Segundo ativistas locais, os pântanos não têm mais peixes, javalis ou mesmo uma subespécie de lontra, segundo relata O Globo. Desde agosto de 2020, 46% dos pântanos do sul do Iraque, incluindo Hawizeh e Chibayish, sofreram perdas de água em todas as suas áreas, segundo organizações que monitoram por satélite a situação no local. A estiagem também afeta o fluxo de rios e afluentes dos vizinhos Turquia e Irã.

Pela Europa, as ondas de calor seguidas de incêndios florestais e secas têm deixado expostas revelações históricas e arqueológicas, como ruínas de antigos vilarejos e embarcações naufragadas, destacaram BloombergBusiness InsiderCNN e Telegraph.

Na Alemanha, por exemplo, a grave seca está expondo as chamadas “pedras da fome”, com avisos deixados gravados há séculos por agricultores alertando para o risco de fome decorrente do baixo nível dos rios. A notícia mereceu destaque na Deutsche Welle e foi republicada pelo g1.