A seca que atingiu recentemente a região do Curdistão, no Iraque, trouxe à tona o Palácio Kemune, datado de 3.400 anos, que estava submerso no reservatório da represa de Mosul, às margens do rio Tigre. Espera-se que a escavação dessas ruínas permitam uma maior compreensão do Império Mittani, um dos impérios menos pesquisados ​​do Antigo Oriente.

Uma equipe curda-alemã de pesquisadores que trabalha no sítio arqueológico encontrou pinturas nas paredes em tons de vermelho e azul, que provavelmente eram uma característica comum dos palácios da época, mas raramente foram encontradas preservadas.

Palácio foi construído a cerca de 15 metros do rio Tigre, sobre um platô (Crédito: University of Tübingen eScience Center / Organização de Arqueologia do Curdistão)

As paredes da construção são de tijolos de barro e tem até dois metros de espessura. Como o palácio ficava originalmente a apenas 15 metros do rio Tigre, sobre um terraço, uma parede de reforço foi construída posteriormente para conter a estrutura.

Foram encontrados ainda dez pedaços de argila com textos escritos no antigo sistema cuneiforme  e enviados à Alemanha para tradução. Os arqueólogos esperam poder obter por meio deles informações sobre a estrutura interna do império Mittani, sua organização econômica e a relação da capital Mittani com os centros administrativos nas regiões vizinhas.

O local foi descoberto em 2010, quando os níveis de água no reservatório estavam baixos, mas esta foi a primeira vez que foi possível escavar a construção. Mas o rio já subiu novamente, os trabalhos foram suspensos e não se sabe se será possível retomá-lo em breve.