Autoridades da República Democrática do Congo (RDC) confirmaram hoje a morte da segunda vítima de ebola na cidade de Goma, metrópole no leste do país próxima às fronteiras com Ruanda, Burundi e Uganda, segundo a agência noticiosa Associated Press e o site NBC News. O atual surto da doença já é o segundo mais letal e foi considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma rara emergência global – a quinta da história.

Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, coordenador local de resposta ao ebola, afirmou ontem, quando o diagnóstico foi confirmado, que parecia não haver ligação entre o novo caso confirmado e o anterior, ocorrido há quase três semanas.

 

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A nova vítima chegou em 13 de julho de uma área de mineração na província de Ituri, no nordeste da RDC (a 300 km de Goma), e começou a apresentar sintomas da doença em 22 de julho. O homem foi tratado em casa por cinco dias antes de ser levado a uma unidade de saúde de Goma. Ele morreu em um centro de tratamento de ebola na cidade.

Michael Ryan, diretor executivo do programa de emergências de saúde da OMS, declarou a repórteres durante uma entrevista coletiva telefônica de Genebra hoje que especialistas estão investigando em detalhes quando e onde a segunda vítima contraiu a doença. Antes de mostrar sintomas graves, o homem havia viajado pelas regiões no epicentro do surto. “Neste momento, todos os potenciais contatos estão sendo identificados e vacinados”, sublinhou Ryan.

 

Resistência

Mais de 1.700 pessoas foram mortas no surto, apesar do uso generalizado de uma vacina experimental, mas eficaz contra o ebola. O combate à doença enfrenta dificuldades como a ação de grupos rebeldes nas áreas problemáticas e a resistência por parte de moradores locais em aceitar o tratamento.

Na terça-feira, Muyembe-Tamfum e outras autoridades tentaram assegurar aos moradores de Goma e aos países vizinhos que medidas estão sendo tomadas para fortalecer a vigilância do ebola nos postos de fronteira e em outros lugares. Funcionários da saúde de Ruanda, Uganda e Sudão do Sul estão sendo vacinados para combater uma eventual expansão do surto para seus países.