Natal e ano-novo compõem uma época de confraternização e alegria, certo? Em algumas localidades, crenças antigas e assustadoras fazem com que esses sentimentos passam longe da data maior do cristianismo e da virada do ano.

O jornal inglês “The Guardian” relacionou sete dessas tradições enraizadas na Europa, apresentadas a seguir.

1) Krampus (Áustria, Eslovênia, Croácia, norte da Itália)

Em muitos países europeus, São Nicolau tem companheiros que agem como contrapartida negativa. Entre os destaques dessa turma “do mal” está Krampus, um monstro demoníaco de cabra com chifres e língua comprida. Ele arrasta correntes enquanto caminha e as agita ameaçadoramente. Carrega um chicote para fustigar crianças ruins e, às vezes, uma cesta ou saco para sequestrá-las.

Na véspera de São Nicolau, 5 de dezembro, grupos de Krampuses marcham pelas cidades alpinas em trajes elaborados e sinistros. Nos últimos anos, a tendência dos Krampuses de entrar em tumultos bêbados, brigar e destruir propriedades, tornou-se um problema.

2) Frau Perchta (Áustria e Baviera)

Frau Perchta é uma bruxa que vem ver se as crianças foram malcriadas ou gentis. Se o menino ou menina fica no primeiro grupo, ela corta a barriga da criança e enche seu corpo com palha.

3) Mari Lwyd (País de Gales)

Na véspera de ano-novo, crianças galesas que ouvem uma batida na porta e vão abri-la podem se deparar com uma criatura com uma caveira de cavalo, vestindo uma capa longa e ondulada, seguida por pessoas cantando. Nas cavidades dos olhos do cavalo são encaixados globos oculares falsos. Enquanto quem abriu a porta se assusta até a medula, os adultos ao seu redor desejam-lhe um feliz ano-novo.

Jólakötturinn: as crianças precisam ter roupas novas para o Natal, senão o gato monstruoso pode devorá-las
4) Gryla e Jólakötturinn (Islândia)

Gryla é uma ogra gigante que vive em uma caverna. Durante o Natal, ela sai para caçar crianças. Depois de sequestrá-las, ela as leva para sua caverna e as cozinha em uma cuba de ensopado.

O grupo que lhe faz companhia também é aterrorizante. Ele inclui os Yule Lads – seus 13 filhos trolls indisciplinados/Grandes Filhos Adultos – e o Jólakötturinn, ou Yule Cat.

Esse gato mítico não tem nada de delicado: enorme, ele anda pela cidade no escuro, olhando pelas janelas iluminadas dos quartos das crianças para ver se pode devorá-las. A única maneira de evitar ser comido é mostrar-lhe suas roupas novas compradas para o Natal porque a pessoa foi boa durante todo o ano.

5) Hans Trapp (Alsácia-Lorena, França)

Segundo a tradição alsaciana, Hans Trapp era um homem local conhecido por sua ganância e falta de escrúpulos. Ele usou bruxaria e negociou com o diabo para ficar rico. Depois de ser excomungado da Igreja católica, ele perdeu sua riqueza e posição social e começou a percorrer o campo disfarçado de espantalho.

Em algum momento, Hans Trapp foi seduzido pela ideia de provar carne humana. Ele atraiu um menino pastor até a morte e o cozinhou em fogo. Antes que Trapp pudesse dar sua primeira mordida, no entanto, Deus – finalmente sentindo que as coisas haviam ido longe demais – o atingiu com um raio. Mas às vezes ele volta no Natal e vai, de porta em porta, em busca de crianças pequenas e saborosas.

6) Kallikantzari (Grécia, Bulgária, Sérvia, Turquia)

Os Kallikantzari são duendes que passam a maior parte do ano no subsolo, tentando provocar o apocalipse. Durante o advento, eles saem para o território humano para causar mal e mal. São descritos às vezes como criaturas peludas negras com presas e chifres. Geralmente do sexo masculino, eles são grotescamente bem-dotados.

Pessoas fantasiadas de Père Fouettard carregam uma pequena arca em Paris, 1930. Crédito: Arquivos Federais Alemães/Wikimedia
7) Père Fouettard (França, Bélgica, Suíça)

O açougueiro Père Fouettard e sua esposa sequestravam e matavam crianças ricas, depois cortavam seus corpos e os escondiam em barris de salga. São Nicolau descobriu o crime e trouxe as crianças de volta à vida. Como castigo, ele forçou Père Fouettard à escravidão, como seu eterno servo canibal. Père Fouettard segue São Nicolau em suas andanças, lidando com crianças problemáticas.