Vênus se tornou o centro das atenções em setembro de 2020, quando Jane Greaves, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, e colaboradores publicaram na “Nature Astronomy” dados indicando a detecção de concentrações elevadas do gás fosfina (PH3) na atmosfera do planeta.

Produzido em reações químicas desencadeadas por raios, vulcanismo ou queda de meteoritos, na Terra esse gás também é liberado por certos microrganismos.

Logo surgiram críticas. Quatro estudos questionaram os métodos ou informaram não ter conseguido reproduzir os resultados.

Com ajustes nos dados de um dos telescópios e a reanálise dos números, Greaves e equipe chegaram agora a uma concentração sete vezes menor, mais próxima da explicada por fenômenos abióticos (arXiv, 17 de novembro). Há mais uma suspeita: o sinal de outros gases pode se confundir com o da fosfina.