Cientistas da Universidade de Oxford desenvolveram um novo software de inteligência artificial que reconhece os trações faciais individuais de chimpanzés na natureza.

O novo programa vai ajudar pesquisadores e conservacionistas que trabalham com vida selvagem a diminuir significativamente o tempo e recursos empregados para analisar filmagens que mostram os animais na natureza.

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Segundo Dan Schofield, pesquisador do Laboratório de Primatas da Universidade de Oxford, para espécies como os chimpanzés, que têm vidas sociais complexas e vivem durante muito tempo, conseguir registrar imagens de seu comportamento capturadas em pesquisas de campo é algo que ajuda muito a estudá-las.

“Usar o poder do aprendizado de máquinas para desvendar vídeos mais longos vai possibilitar medir o comportamento dos animais ao longo do tempo, por exemplo observando interações dentro de um grupo durante várias gerações”, disse Schofield, em comunicado da universidade.

O software foi desenvolvido a partir de um treinamento com mais de 10 milhões de imagens cedidas pelo Instituto de Pesquisas de Primatas da Universidade de Kyoto, no Japão, que mostravam chimpanzés soltos na natureza em Guiné-Bissau, na África.

O programa é o primeiro a acompanhar e reconhecer indivíduos continuamente em uma vasta variedade de poses, funcionando com alta eficácia mesmo em condições como luz baixa, imagens de baixa qualidade e imagens desfocadas.

A pesquisa foi publicada na revista “Science Advances”.