Omã fica na ponta da Península Arábica, com o deserto cobrindo a maior parte seus quase 310 mil km2 e um litoral de mais de 3.000 km de extensão com bons ventos. Um lugar lógico para combinar sol e água para se produzir hidrogênio 100% renovável.

A meio caminho entre o tumultuado Iêmen e o sempre disputado Golfo Pérsico, um projeto prevê aproveitar 25 GW de sol e vento para produzir hidrogênio e exportá-lo para a Europa. Quando pronta, a planta será a maior do mundo, além de ser um passo importante para reduzir a dependência do país em relação à exploração de petróleo.

Segundo o The Guardian, o investimento, estimado em US$ 30 bilhões, ficará a cargo de um consórcio do qual participam a estatal petroleira do país, a OQ, a plataforma de investimento do Kuwait, Enertech, e a plataforma InterContinental Energy de desenvolvimento de hidrogênio.

Superpotência das renováveis

Michael Liebreich, da BloombergNEF, diz que o Omã pode ser uma das superpotências das fontes renováveis: porque o que se realmente quer é geração solar e eólica bem baratas.

Em tempo: O norte da Suécia tem muita água que desce das geleiras dos Alpes Escandinavos e muita jazida de ferro e está abrigando uma das maiores iniciativas de produção de aço verde – usando hidrogênio no lugar do carvão. Segundo matéria da Economist, a SSAB quer produzir hidrogênio a partir da água e da eletricidade de uma hidrelétrica no norte. O hidrogênio será empregado na reação para remover o oxigênio associado do minério. Usando carvão, é essa reação que libera toneladas de dióxido de carbono. Com hidrogênio, o que sai é vapor d’água. Tradicionalmente, o minério é transportado para o sul, onde ficam as grandes siderúrgicas a carvão que emitem cerca de 15% das emissões totais do país.