Na semana passada, a SpaceX colocou em circulação na órbita baixa da Terra 60 pequenos satélites. Eles formam a primeira – e uma pequena – parcela dos milhares de satélites que a empresa de Elon Musk planeja ter no espaço para oferecer acesso à internet de banda larga barata em todo o planeta, chamada Starlink.

Musk informou em coletiva de imprensa por teleconferência que serão necessárias outras seis missões para criar uma cobertura consistente de internet para pequenas partes do mundo. E mais 12 lançamentos antes que a Starlink consiga atender uma parcela significativa da população mundial. Os satélites do primeiro lote são virtualmente idênticos à versão de produção em massa, mas não estão comunicados uns com os outros enquanto em órbita.

As torres de celular sem fio ou de cabos que levam conexão rápida a residências e empresas, comuns nos dias de hoje, não costumam chegar a comunidades rurais e pobres. A internet por satélite, por sua vez, que está disponível para essas áreas – e até para viagens de avião e navio intercontinentais – é cara, lenta e pouco confiável.

Riscos envolvidos

A SpaceX não é a única que pretende conectar o mundo via espaço. A Amazon e a OneWeb também querem formar constelações de internet próprias. As intenções são boas, mas também representam seus perigos. O lixo espacial tende a se multiplicar com o envio de tantos equipamentos para o espaço.

Embora o espaço seja enorme, ainda está longe de se ver lotado, mas já existem muitos milhões de pedaços de lixo girando em órbita, como foguetes usados, satélites mortos e fragmentos de colisões. A maioria dos detritos é pequena demais para ser rastreada e ainda não existe tecnologia para recolher o que já está em circulação.

Os especialistas freqüentemente comparam a questão dos detritos espaciais à poluição e à mudança climática: uma série devastadora de colisões pode parecer improvável até que, de repente, é uma catástrofe iminente – um choque pode criar uma sequência de choques em cadeia. É o resultado de meio século de viagens espaciais e poucos regulamentos para manter o espaço limpo.

Por parte da SpaceX, alguns cuidados foram tomados nesse sentido. Seus satélites da Starlink têm risco zero de colisão quando estão operacionais, segundo Comissão Federal de Comunicações, que aprova essas tecnologias. E quando param de funcionar, por estarem em baixa altitude, a gravidade naturalmente deve retirá-los de órbita.