Apenas neste mês, a cidade de Vancouver, no Canadá, já confirmou nove casos de sarampo. Tudo leva a crer a origem do surto aconteceu a partir da decisão de Emmanuel Bilodeau, pai de três filhos que não foram vacinados.

Bilodeau disse à rede local de TV CBC News que não vacinou nenhum dos filhos, devido a preocupações de que a vacina MMR (que combate sarampo, caxumba e rubéola) poderia causar autismo (o que não acontece). Seu filho mais novo contraiu sarampo durante um feriado que a família passou no Vietnã, no início deste ano. As outras duas crianças foram infectadas depois, todos foram levados para o hospital local, e estão aguardando o resultado dos exames.

Os outros casos que surgiram na sequência estão concentrados onde os Bilodeau estudam e em outras escolas que compartilham uma empresa de ônibus. Segundo o pai, ele e a então esposa não fazem parte do movimento antivacina, mas na época ficaram preocupados com pesquisa de cerca de 10 anos atrás que relacionou a vacina MMR com o surgimento de casos de autismo. O estudo foi amplamente desacreditado e o médico que o conduziu teve seu registro profissional caçado devido à sua forma inadequada de trabalho.

A questão virou um mito, entretanto, que provavelmente continuou sendo propagado porque o autismo geralmente é diagnosticado em torno de 18 meses a 2 anos de idade, quando os sintomas começam a se manifestar – coincidentemente a idade recomendada para as crianças serem vacinadas contra sarampo, caxumba e rubéola.

Sintomas do sarampo, uma doença altamente contagiosa. (Crédito: OPAS)

Bilodeau afirmou na entrevista que agora sabe que não há vínculo entre ser vacinado e autismo. Mas, assim como ele, muitos outros pais nunca deram a vacina e casos globais de sarampo estão se multiplicando no mundo todo.

É bom destacar que tomar MMR não causa autismo, mas não tomar essa vacina pode ter consequências graves. O sarampo pode causar danos cerebrais e morte. A caxumba pode causar inflamação do cérebro e da medula espinhal. A rubéola, em mulheres grávidas, pode levar a aborto e defeitos congênitos graves nos bebês.