Uma nova análise publicada na revista Nature Ecology and Evolution sugere que 571 espécies de plantas foram extintas entre 1753 e 2018. Isso representa duas vezes mais do que todas as espécies exterminadas de anfíbios, mamíferos e aves juntas nos últimos 250 anos. Esse ritmo sem precedentes – cerca de duas espécies de plantas a cada ano – foi causado em grande parte pelas mudanças ambientais e climáticas provocadas pelo homem.

As conclusões são do primeiro relatório abrangente de extinções globais de plantas realizado por uma equipe sueca e britânica que analisou um banco de dados inédito mantido pelo Royal Botanic Kew Gardens. O volume é muito maior do que as estimativas mais dramáticas de 150 espécies feitas até então por botânicos, porque eles se baseavam na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, que cobre apenas uma pequena proporção de todas as plantas.

Entender o quanto, onde e como as espécies de plantas estão sendo perdidas é de suma importância, afinal o ser humano dependemos diretamente delas para se alimentar, para se proteger do clima, e indiretamente para ‘serviços ecossistêmicos’, como fixação de carbono, geração de oxigênio e até mesmo para a qualidade de sua saúde física e mental.

Mas os pesquisadores não descobriram nenhum padrão genético ou evolutivo claro sobre o que torna uma espécie mais provável a extinção quando comparada a outra. O que torna a previsão de sobreviventes da mudança climática mais um desafio, dificultando bastante futuros esforços de conservação.

Sabe-se que as espécies de ilhas são inerentemente vulneráveis ​​e foram particularmente atingidas, assim como as espécies que vivem em regiões com clima tropical ou mediterrâneo, pois elas simplesmente possuem uma rica variedade de vida. O Havaí tem visto mais perdas do que em qualquer outro lugar do mundo, com apenas 79 extinções, mas outros pontos críticos incluem o Brasil, a Austrália e Madagascar.

As descobertas confirmam um relatório anterior publicado pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) destacando o perigoso declínio “sem precedentes” da “aceleração” das taxas de extinção de espécies, como publicado por PLANETA. Hoje, mais de 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção e cerca de 135 espécies de animais, plantas e insetos estão sendo extintas a cada dia.