A nova edição do relatório “Planeta Vivo”, publicado pelo WWF, destaca um cenário dantesco para a biodiversidade global: em menos de 50 anos, o planeta perdeu mais de ⅔ de suas populações de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes selvagens. As principais causas para esse desastre são o desmatamento crescente e a expansão agrícola, que pressiona cada vez mais os ecossistemas, com prejuízo para as espécies naturais que dependem deles para sobreviver.

De acordo com o levantamento, as áreas mais afetadas são as sub-regiões tropicais das Américas do Sul e Central, onde a redução foi de 94%. “A natureza está diminuindo globalmente a taxas sem precedentes em milhões de anos”, alertou o diretor-geral do WWF, Marco Lambertini. “A forma como produzimos e consumimos alimentos e energia e o flagrante desprezo pelo meio ambiente, enraizado no nosso modelo econômico atual, levou o mundo natural aos seus limites.”

O relatório destaca também que a pandemia de covid-19 reforça outra preocupação futura para a humanidade: a maior probabilidade de sofrermos com doenças zoonóticas contagiosas, resultado da ruptura na relação do homem com a natureza. O texto ressalta que até 60% das doenças infecciosas atuais são decorrentes de animais, e quase ¾ delas de animais selvagens. Com a perda de ecossistemas e a maior interação entre espécies selvagens e os seres humanos, a possibilidade de novas doenças surgirem cresce em todo o mundo.

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Bloomberg, Deutsche Welle, “Financial Times” e “The Guardian” repercutiram os principais apontamentos desse relatório.