Um terremoto ao Sul de Istambul, na Turquia, chegou a 5,8 de magnitude, mas passou despercebido pelos moradores. Isso porque o evento se deu em “câmera lenta”: toda essa intensidade foi liberada ao longo de 50 dias, em meados de 2016. E foi o maior terremoto desde 2008 na região.

Cientistas relataram no periódico Earth and Planetary Science Letters, que eles identificaram o terremoto usando dados de um deformímetro. “O sinal de deformação não se correlaciona com parâmetros ambientais conhecidos, como mudanças anuais do nível do mar, precipitação ou temperatura. O sinal de deformação poderia indicar escorregamento lento local na falha de Cinarcik e, portanto, uma transferência de tensão para a falha sísmica de Mármara, no leste”, informa o artigo.

O que deixa um sinal de alerta. Pode ser que a perigosa falha do Norte da Anatólia está voltando a despertar. Os geólogos sabem que a tensão está viajando de leste a oeste através da Turquia. Grandes terremotos liberaram sequencialmente a tensão ao longo dessa falha, sendo que o mais recente deles foi o devastador terremoto de 7,6 Izmit, em 1999, que matou mais de 17 mil pessoas. Istambul e os arredores são os próximos na fila, representando uma séria ameaça para os 15 milhões de habitantes.