Segundo estudo conduzido com dados de mais de 5 milhões de pessoas por pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, e publicado nesta semana na revista científica eLife, o tipo sanguíneo pode ser capaz de indicar as doenças mais frequentes em cada indivíduo.

Conexões previamente identificadas indicam que pessoas com sangue tipo A são mais propensas a desenvolver coágulos sanguíneos na comparação com pessoas com sangue O. Esse último grupo, no entanto, apresenta maior probabilidade de sofrer algum distúrbio hemorrágico.

Está relacionada a mulheres com sangue O+, de acordo com o artigo, a hipertensão induzida pela gravidez. Já o sangue tipo B possui risco menor de desenvolver pedra nos rins.

O principal autor do estudo, Torsten Dahlén, explicou que houve uma abordagem imparcial para investigar a ligação entre os tipos de sangue ABO e os grupos Rh [positivo ou negativo] e mais de 1.000 doenças.

“Ainda há muito pouca informação disponível sobre se as pessoas com grupos sanguíneos Rh-positivos ou Rh-negativos podem estar sob risco de certas doenças, ou quantas outras doenças podem ser afetadas pelo tipo ou grupo sanguíneo”, acrescenta o pesquisador, que é estudante de doutorado do Departamento de Medicina do Karolinska Institutet.

O autor sênior do estudo, Gustaf Edgren, professor associado de epidemiologia do Karolinska Institutet e médico do Departamento de Cardiologia da Södersjukhuset Hospital, em Estocolmo, reconhece que os resultados, apesar de serem um avanço, requerem mais estudos.

“Eles estabelecem as bases para estudos futuros para identificar os mecanismos por trás do desenvolvimento de doenças, ou para investigar novas maneiras de identificar e tratar indivíduos com certas condições.”