Duas das últimas fornecedoras de equipamentos para usinas térmicas a carvão anunciaram que não aceitarão mais encomendas. A Toshiba e a Siemens seguem os passos mais sustentáveis de outras grandes, como a Mitsubishi. Elas disseram que entregarão as encomendas já feitas e cumprirão os contratos de manutenção e de garantias existentes.

Além de as empresas saírem bem nas fotos com o anúncio, a pandemia deve ter ajudados seus dirigentes a tomarem essa decisão: a queda na demanda de eletricidade no mundo todo fez cancelar ou adiar sine die investimentos em novas térmicas a carvão. Por conta disso, a Siemens havia anunciado uma queda de 11% nas receitas no 3º trimestre.

A boa notícia, no entanto, está longe de ser completa. As encomendas existentes e, principalmente, os contratos de reparos e manutenção, devem sustentar as áreas de carvão dessa empresas. Isso sem falar nas usinas chinesas – existentes e em construção – que manterão o carvão por mais um bom tempo. A Bloomberg também comentou o anúncio da Toshiba, e a Power Engineering o da Siemens.

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Compasso de espera

Em tempo: Anteontem, depois do anúncio da Pfizer e da BioNTech sobre o progresso com a vacina contra a covid-19, o preço do barril de petróleo deu um pulinho e atingiu US$ 45, o maior valor desde agosto. No entanto, a Opep anda meio pessimista e vê a demanda crescendo muito lentamente no ano que vem. Ela atualizou sua projeção de um mês atrás e reduziu a demanda prevista em 5%. O que significa que o preço do barril deve seguir baixo. Isso atinge em cheio o valor das petroleiras e ajuda a manter o gás de folhelho enterrado nos EUA e na vizinha Argentina.