Talvez se torne possível diminuir a morte de corais provocada pelo aquecimento dos oceanos associado às mudanças climáticas.

Com a água do mar uns poucos graus acima da temperatura adequada, os corais perdem as algas fotossintetizantes que vivem no interior de suas células e fornecem nutrientes e oxigênio. Como consequência, os corais sofrem o chamado branqueamento e morrem. Experimentos realizados em laboratório por pesquisadores do Brasil e do exterior mostraram agora que dá para reduzir em até 40% a morte dos corais de maneira relativamente simples: tratando-os com uma mistura de seis espécies de bactérias normalmente encontradas em recifes saudáveis.

No doutorado realizado sob a orientação da bióloga Raquel Peixoto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a também bióloga Erika Santoro submeteu amostras do coral cérebro Mussismilia hispida coletadas na costa brasileira a condições que induzem o branqueamento: aumentou gradativamente a temperatura da água dos habituais 26 graus Celsius (°C) para 30°C, que foram mantidos por 10 dias, antes de retornar à situação inicial. Ela tratou parte desses corais com a mistura de bactérias, enquanto a outra parte recebeu soro fisiológico, que funcionou como placebo.

Todos os exemplares do primeiro grupo chegaram vivos ao final do experimento. No grupo do placebo, 60% sobreviveram (Science Advances, 13 de agosto).

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.