Neste dia que completa uma semana do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), as buscas por vítimas do desastre recomeçaram hoje às 7h30. O balanço mais recente indica 110 mortos, 238 desaparecidos e 394 identificados. Dos mortos, 71 foram identificados por exames realizados pela Polícia Civil. Também há 108 desabrigados e seis pessoas hospitalizadas.

Pétalas de rosas foram jogadas por helicópteros que sobrevoaram a área por volta das 12h40 em uma cerimônia de homenagem às vítimas e famílias atingidas pelo rompimento da barragem de rejeito da Mina Córrego do Feijão. A celebração religiosa durou 15 minutos. Muitas pessoas foram ao quartel do Corpo de Bombeiros doar flores para que as pétalas fossem usadas na homenagem. Outras optaram por deixar buquês nas áreas próximas ao desastre e na Central de Informações.

Auxílio para as vítimas

A Vale está disponibilizando assistência e auxílio funeral para as famílias das pessoas que morreram atingidas pelo rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais. A assistência, que inclui despesas com cartório, sepultamento e auxílio em dinheiro, beneficia além dos empregados próprios da vale, prestadores de serviço e também a comunidade.

Para atender aos familiares das vítimas, a mineradora colocou uma equipe especializada de plantão no Instituto Médico Legal (IML). Quem preferir, também poderá solicitar o serviço de atendimento psicossocial nos Postos de Atendimento ou pelos canais de contato da empresa.

Neste sentido, a mineradora deixou à disposição das vítimas e familiares, nos Postos de Atendimento (Pas), uma equipe de voluntários e profissionais, entre médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros, Todas as informações estão sendo atualizadas no site da Vale.

Punição para os responsáveis

O primeiro passo para penalizar os responsáveis pela catástrofe foi dado com a prisão cautelar, por determinação do Ministério Público de Minas Gerais, de cinco profissionais técnicos ligados diretamente à segurança da operação da Córrego do Feijão.

Eles foram presos por indícios de falsidade ideológica, crime ambiental e homicídio. Três deles são funcionários da Vale – o geólogo César Grandchamp, o gerente de Meio Ambiente Saúde e Segurança no Trabalho, Ricardo de Oliveira, e o gerente executivo operacional, Rodrigo Gomes. E os outros dois são os engenheiros Makoto Namba e André Yassuda, de uma empresa alemã, a Tüv Süd, que atestou a segurança da barragem recentemente. Todos tiveram a prisão temporária decretada por até 30 dias para prestar esclarecimentos. Mas a medida ainda é tímida.

O Ministério Público não chamou para depor nenhum diretor da empresa e nem seu presidente, Fábio Schvartsman. O governo chegou a considerar a possibilidade de afastamento de Schvartsman ou de intervir na diretoria da empresa caso se comprove que houve falha na atuação do grupo de comando.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu sinais de que a ação da Justiça poderá ser mais firme. Ela comunicou na segunda-feira 28, que o Ministério Público Federal formou uma força tarefa para investigar os danos ambientais e a responsabilidade penal, cível e administrativa e afirmou que os executivos da empresa poderão ser penalizados.

 

* Com informações da ISTOÉ e Agência Brasil