A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) apontou nesta terça-feira (19/01) que há evidências fortes de que as vacinas produzidas pela Pfizer-BioNTech e Moderna contra a covid-19 que utilizam a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) “não causam complicações” durante a gravidez, tanto para as próprias mulheres quanto para os bebês.

Um grupo de especialistas da agência que analisou dados de 65 mil gestantes em diferentes estágios enfatizou que as vacinas aplicadas durante a gravidez “são tão eficazes na redução do risco de hospitalização e morte” quanto em mulheres não grávidas, com efeitos colaterais semelhantes aos observados na população em geral.

“A revisão não encontrou nenhum sinal de risco aumentado de complicações na gravidez, abortos, nascimentos prematuros ou efeitos colaterais nos fetos após a vacinação”, enfatizou o grupo de especialistas da EMA.

Efeitos colaterais detectados incluíram dor, vermelhidão e inchaço no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, dores e calafrios musculares, reações “leves a moderadas” que melhoram em poucos dias após a vacinação.

“Dado que a gravidez tem sido até agora associada a um risco maior de covid-19 grave, especialmente no segundo e terceiro trimestres, as pessoas que estão grávidas ou podem ficar grávidas num futuro próximo são encorajadas a serem vacinadas de acordo com as recomendações nacionais”, concluiu a agência.

A EMA também revisará os dados de outras vacinas contra a covid licenciadas na União Europeia (UE) – entre elas a da AstraZeneca e da Janssen – à medida em que os dados forem disponibilizados.

Ensaios clínicos iniciais de qualquer medicamento – que neste caso serviram para atestar a eficácia e a segurança das vacinas – geralmente não incluem pessoas grávidas, o que significa que inicialmente há poucos dados sobre a aplicação nesse grupo específico, embora estudos com animais não tenham mostrado efeitos nocivos na gestação.

Além disso, evidências do uso dessas vacinas em campanhas de imunização durante o ano passado sugerem que os benefícios de receber uma vacina mRNA durante a gravidez “superam quaisquer riscos possíveis” para mulheres grávidas e bebês, pois protegem contra o desenvolvimento de efeitos graves da doença.

Outro estudo, também divulgado nesta terça-feira pela Agência de Medicamentos da França, apontou que as vacinas de mRNA também não aumentam o risco de problemas cardiovasculares graves em pessoas com menos de 75 anos.

jps (EFE, ots)