Um grupo de pesquisa da Unidade de Biodiversidade da Universidade de Turku (Finlândia), em parceria com a unidade de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), descobriu 15 espécies novas de vespas que parasitam aranhas nas florestas tropicais da Amazônia e nas florestas nubladas dos Andes. As vespas parasitoides (Hymenoptera) são um dos animais mais ricos em espécies da Terra, mas sua diversidade tropical ainda é pouco conhecida. A pesquisa foi publicada na revista “Zootaxa”.

Os pesquisadores finlandeses estudam a diversidade de insetos parasitoides tropicais há quase 20 anos. Durante esses trabalhos, eles descobriram um grande número de novas espécies em diferentes partes do mundo. No novo estudo, o grupo e os colegas brasileiros analisou vespas do gênero Acrotaphus, que parasitam aranhas.

“As vespas Acrotaphus são fascinantes”, afirma Diego Pádua, pesquisador de pós-doutorado e principal autor do novo estudo, que trabalhou tanto para o INPA quanto para a Unidade de Biodiversidade da Universidade de Turku. “As espécies maiores podem crescer vários centímetros de comprimento e também são muito coloridas. Anteriormente, apenas 11 espécies do gênero eram conhecidas; portanto, a nova pesquisa fornece novas e significativas informações sobre a diversidade de insetos nas florestas tropicais.”

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Paralisação

As vespas Acrotaphus parasitam aranhas. Uma fêmea Acrotaphus ataca uma aranha em sua teia e a paralisa temporariamente com uma picada venenosa. Depois disso, a vespa deposita um único ovo na aranha e uma larva choca do ovo. A larva consome gradualmente a aranha e posteriormente se reproduz.

“As vespas Acrotaphus que estudamos são muito interessantes, pois são capazes de manipular o comportamento da aranha hospedeira de maneira complexa”, observa Ilari E. Sääksjärvi, professor de pesquisa em biodiversidade da Universidade de Turku. “Durante o período que precede a morte da aranha hospedeira, ela não fia uma teia normal para capturar presas. Em vez disso, a vespa parasitoide a manipula para fiar uma teia especial que protege as pupas em desenvolvimento de predadores. A manipulação de hospedeiro é um fenômeno raro na natureza, o que torna essas vespas parasitoides muito empolgantes em termos de evolução.”