Patrimônio cultural em 3D
Apaixonado por história desde a infância, o iraquiano Ben Kacyra, que desde os anos 1960 mora nos Estados Unidos (onde enriqueceu com um escritório de engenharia civil), decidiu dar uma contribuição inédita ao tema. O projeto CyArk 500, da instituição beneficente CyArk que ele dirige, está escaneando, com laser 3D, 500 sítios do patrimônio cultural mundial, a fim de criar um arquivo digital de edificações que permita sua reconstrução em caso de danos por eventos naturais, terrorismo ou outras ações humanas. Entre os locais já digitalizados estão o Pelourinho, em Salvador, as estátuas da Ilha de Páscoa (Chile), o Monte Rushmore (EUA), a Torre de Pisa e o conjunto arqueológico de Pompeia (Itália). Dois locais destruídos nos últimos anos pelo fogo – a ponte Sungnyemun, em Seul (Coreia do Sul), e as Tumbas Kasubi (Uganda) – já estão se beneficiando da técnica criada pelo CyArk 500.

Tijuca, líder em trilhas
O Lonely Planet, um dos melhores guias de viagem do mundo, elegeu em outubro o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, como o melhor lugar para caminhadas em área urbana. No roteiro “1000 Ultimate Adventures”, que lista mil aventuras ao redor do planeta escolhidas pelos editores do Lonely Planet, o parque superou trilhas de concorrentes de peso, como Londres (Reino Unido), Cidade do Cabo (África do Sul), Sydney (Austrália) e Vancouver (Canadá). Ernesto Castro, chefe do parque, agradeceu a indicação e salientou que novas obras e medidas de vigilância têm aprimorado o equipamento e reforçado  sua segurança. O Lonely Planet indicou ainda o Brasil como o principal país a ser visitado em 2014, em virtude das realizações da Copa do Mundo e, dois anos depois, da Olimpíada do Rio de Janeiro. Vai chover turista.

Cores reais de Saturno
Trinta e seis fotografias de Saturno tiradas pela sonda Cassini em 10 de outubro foram usadas para compor a por ora mais precisa imagem das verdadeiras cores do planeta dos anéis. A imagem que combina 12 fotos batidas com filtros vermelhos, 12 com filtros verdes e 12 com azuis, feita pelo astrônomo amador Gordan Ugarkovic, mostra Saturno visto a 1,5 milhão de quilômetros de distância. O polo norte aparece coberto por uma tempestade em formato hexagonal com 2.000 km de diâmetro e ventos de até 528 km/h. Também se destacam as faixas que circundam o planeta, produzidas por nuvens no topo da atmosfera, e seus sete indefectíveis grupos de anéis. Quando Saturno foi descoberto, no século XIX, pensava-se que havia apenas dois.

Perda de tempo
A timidez da COP 19, a 19ª conferência do clima, realizada em Varsóvia (Polônia), levou organizações ambientalistas como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e o Greenpeace à decisão de abandonar o evento antes do fim, em 23 de novembro. No seu comunicado, as ONGs disseram que o encontro simplesmente “não leva a nada”. Seus dois “avanços” foram adiar um acordo climático para 2015 e regumentar o mecanismo Redds+, de proteção de florestas. A COP foi dominada pela acomodação e pelo mal-estar de assistir ao presidente da conferência, Marcin Korolec, ser demitido do cargo de ministro do Meio Ambiente da Polônia durante o evento.

Visão para cegos
Um sensor adaptado aos óculos, desenvolvido pela empresa israelense Orçam, permite que defi cientes visuais “enxerguem” pessoas e objetos. Seu minúsculo computador programado com algoritmos, alimentado por uma câmera e uma bateria duradoura, consegue identifi car milhares de objetos com um apontar de dedos, inclusive “ler” textos. A informação chega ao usuário por áudio. O preço é comparável ao de um aparelho auditivo.

Bandas invisíveis
A multiplicação vertiginosa de lugares que fornecem internet gratuita implica um vasto fluxo de ondas transitando por onde passamos. O espetáculo é invisível para os olhos normais, mas não para os do artista digital americano Nickolay Lamm. Com a ajuda da astrobióloga e professora M. Browning Vogel, Lamm criou a série What If You Could See WiFi?, na qual esse campo de energia transmitido por ondas que não podem ser interrompidas por outros sinais se revela em diversos locais públicos (muitos dos quais em Washington, uma cidade saturada de wifi). Lamm trabalha com transmissões idealizadas de informações em wifi, em subcanais representados por cores diferentes. Esses e outros trabalhos (como o curioso What Do Cats See?, que mostra imagens e, logo abaixo, a visão diferenciada que os gatos têm delas) podem ser vistos no portal do artista: www.nickolaylamm.com

Fukushima: 160 mil sem casa Ilha de lixo
Um relatório divulgado em novembro pela coalizão que governa o Japão, liderada pelo Partido Liberal Democrático (PLD), admitiu que as 160 mil pessoas evacuadas após a destruição da usina nuclear de Fukushima Daiichi, em 2011, provavelmente não poderão mais voltar para suas casas. O estudo propõe que a promessa de ajuda financeira para esses moradores seja substituída por novas residências em outros lugares e pela destinação de mais verbas públicas para estocar o enorme volume de lixo tóxico extraído da zona de evacuação, de 20 quilômetros ao redor da usina. A mudança está ligada ao progresso mínimo obtido na descontaminação de 7 das 11 cidades e vilas escolhidas, que deveria ser concluída até março de 2014. A opinião pública japonesa não está contente.

Ilha de lixo
Destroços lançados ao mar pelo tsunami que atingiu Fukushima e devastou o nordeste do Japão em 2011 apareceram naquele ano no litoral da América do Norte, mas boa parte deles se juntou numa enorme “ilha” flutuante entre o Havaí e a Califórnia, a 2.700 quilômetros do continente. A “mancha” tem por volta de 690.000 km2 de área (a soma dos territórios de Bahia, Pernambuco e Alagoas) e peso de 1 milhão de toneladas, segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos Estados Unidos. Se outros destroços espalhados pelo Pacífico se juntarem à massa principal, o agrupamento resultante terá uma área maior que a dos EUA e pesará até 5 milhões de toneladas. O lixo inclui barcos, aparelhos elétricos, plásticos e até casas.

Ornitorrinco gigante
Mamífero com rabo de castor, pelo de lontra e bico de pato, o ornitorrinco é tão esquisito que se pensava que sua linhagem só tinha uma espécie. Mas um estudo feito a partir de um dente encontrado em escavações em Queensland (Austrália), divulgado na revista Journal of Vertebrate Paleontology, mostrou que existiu entre 5 milhões e 15 milhões de anos atrás um parente bem maior desse animal. A espécie extinta,  bdurodon tharalkooschild, tinha as mesmas características da atual, mas media quase um metro de comprimento – o dobro do mamífero moderno. Que, a propósito, não tem dentes quando fica adulto.

A felicidade mora no norte
O norte da Europa pode não ter um clima países da região satisfazem muito seus moradores, conclui o relatório The World Happiness Report 2013, preparado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. De acordo com o estudo, três dos cinco primeiros colocados no “Índice de Felicidade Global” estão lá: Dinamarca (1º), Noruega (2º) e Suécia (5º). O terceiro e o quarto, Suíça e Holanda, não ficam longe de lá. Chamam a atenção também as colocações de outros países de latitude elevada, como Canadá (6º), Finlândia (7º) e Islândia (9º). Habitualmente visto como um reduto da alegria, o Brasil não passou da 24ª posição, atrás dos EUA (17º) e – acredite – à frente da França (25ª) e da Alemanha (26ª). A classificação engloba 156 países e é feita a partir de critérios como riqueza, liberdade política, redes sociais fortes, ausência de corrupção, saúde mental e física, segurança no trabalho e estabilidade familiar. As turbulências políticas e econômicas pesaram nas posições de Espanha (38ª), Itália (45ª), Grécia (70ª), Portugal (85ª) e Egito (130ª).

Menos dinheiro, menos inteligência
A falta temporária de dinheiro prejudica o desempenho intelectual, concluem cientistas americanos em estudos divulgados na revista Science. A diferença, segundo as pesquisas, equivale a cerca de 13 pontos de Quociente de Inteligência (QI) numa escala média de 100, perda comparável à performance obtida após uma noite de insônia. “Análises anteriores sobre a pobreza econômica colocavam a culpa em falhas pessoais ou em um ambiente não propício ao sucesso”, afi rma Eldar Shafi r, da Universidade Princeton, integrante de um dos estudos. “Nosso argumento é que a falta de recursos fi nanceiros, por si, também pode levar a uma debilidade da função cognitiva. A própria condição de não ter o sufi ciente pode, na verdade, ser uma causa de pobreza.”