Floresta do violão

o argentino pedro Martin ureta escolheu uma forma única de homenagear sua mulher, Graciela, morta aos 25 anos de aneurisma cerebral, em 1977. em 1979, ele começou a plantar ciprestes e eucaliptos em sua fazenda em Laboulaye, no sudeste da província de córdoba. Visto do alto, o desenho da plantação de árvores forma a imagem de um violão, a paixão musical da esposa. a fi gura virou uma atração para pilotos e passageiros que sobrevoam a região, mas o próprio ureta, que tem medo de aviões, nunca a viu de cima, só por meio de fotos mostradas por amigos. a floresta se estende por um quilômetro de extensão e conta com mais de 7 mil árvores. 

 

 

Parquímetro antipoluição

Madri, a capital da Espanha, vai inaugurar em julho um sistema pioneiro de parquímetros no qual os carros mais poluidores serão sobretaxados, enquanto os menos poluidores terão descontos. Um sistema baseado no motor e no ano do veículo vai informar o preço a ser pago. Os carros elétricos não pagarão nada e os híbridos terão um abatimento de 20%. Já um carro a diesel fabricado em 2001 pagará 20% a mais. A estratégia foi adotada para aliviar as taxas de poluição de Madri, em geral acima da média da União Europeia. Os preços vão variar entre cerca de R$ 2,10 e R$ 10,40 por hora. 
Calcula-se que 75% dos atuais usuários não vão sentir muita diferença. É para os 25% mais poluidores que a mudança vai pesar no bolso.

 

Grafeno Perigoso

o grafeno, uma forma de carbono finíssima e ultrarresistente, é considerado um dos materiais do futuro por muitas indústrias, como a química e a farmacêutica. Mas estudos recentes recomendam cautela no seu uso. segundo os pesquisadores, o óxido de grafeno, criado quando o material é exposto ao ar, transfere-se facilmente para corpos d’água. Daí para entrar no corpo humano é apenas um passo, e ainda não se sabe ao certo o que aconteceria a partir de então. um estudo da universidade Brown (eua) não é nada animador a esse respeito: os pesquisadores observaram que bordas dentadas de grafeno podem romper membranas celulares sem difi culdade e, uma vez no interior da célula, tumultuar suas funções.

 

Volta ao mundo com energiar solar

Os suíços Bertrand Piccard e André Borschberg, idealizadores e pilotos do projeto Solar Impulse (que já foi reportagem de capa da PLANETA 479), lançaram em abril o avião com que pretendem dar a volta ao mundo usando apenas a energia solar. O Solar Impulse 2 foi concebido para voar cinco dias e noites sem parar, de um continente a outro, com um único piloto. Várias mudanças foram feitas no avião para obter mais efi ciência energética e desempenho aerodinâmico. O novo aparelho tem 72 metros de envergadura das asas (maior do que a de um Boeing 747), 17 mil células solares e pesa 2,3 toneladas (o equivalente a um carro). Os testes começaram em maio. Em 2015, o Solar Impulse 2 deverá iniciar, no Golfo Pérsico, sua jornada ao redor do planeta.

 

Lista dos ameaçados

Há 1.051 espécies animais ameaçadas de extinção no Brasil, segundo estudo desenvolvido entre 2010 e 2014 por 929 especialistas designados pelo governo federal. Na primeira edição, feita em 2003, 627 espécies estavam nessa condição. Para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o número elevado de agora não signifi ca piora. Ele subiu, mas a quantidade de espécies avaliadas também aumentou. Da lista anterior, 77 saíram da relação, como a baleia-jubarte. Para 121, porém, como a arara-azulde- lear, a onça-pintada e o tatu-bola (o símbolo da Copa do Mundo de 2014), a situação piorou. 

 

A Guerra do coltan

Um minério pouco conhecido ajuda a explicar a guerra civil que devasta a República Democrática do Congo desde 1998, com quase 6 milhões de mortos – a chamada “Grande Guerra Africana”. Apelidado de “ouro cinzento”, o coltan – abreviatura de columbita e tantalita – contém nióbio e tântalo, usados em aparelhos eletrônicos, como celulares e GPS . O subsolo do Congo tem ouro, cobalto, cobre, diamante e 64% das reservas mundiais do coltan, mas o país quase não desfruta dessas riquezas. A maioria das minas está na região oriental, onde o Exército combate rebeldes apoiadospelas vizinhas Ruanda, Uganda e Burundi. Esses três países foram acusados de contrabandear coltan congolês pelo Conselho de Segurança da ONU – que enviou tropas para a região, hoje comandadas pelo general brasileiro Carlos Alberto Santos Cruz. O minério é extraído artesanalmente, sob controle de dezenas de milícias armadas diferentes. A operação gera recursos a garimpeiros e ex-agricultores que ganham até US $ 50 por semana, cinco vezes mais do que obteriam no cultivo. Entretanto, a extração está erodindo a terra e poluindo lagos e rios, além de intensificar a matança de gorilas usados para alimentar mineradores. Cerca de 125 empresas globais estão ligadas ao coltan do Congo, segundo a ONU. Por causa da ilegalidade da extração, muitas, como a Cabot Corp., já procuram outras fontes do minério.  Mas boa parte persiste sustentando a prática predatória.

 

Fonte: MYB, 2009

 

Gêngis Khan climático

Para criar o maior império em terras contínuas do mundo, Gêngis Khan teve a ajuda de uma mudança climática, afirmam cientistas americanos. Estudando os anéis de pinheiros da Mongólia Central, com cerca de 2 mil anos de idade, os pesquisadores verificaram que entre 1180 e 1190 a região, normalmente árida e fria, viveu uma intensa seca. Já entre 1211 e 1225, ela teve seu período mais quente e úmido em mil anos, coincidindo com a ascensão do guerreiro à liderança dos mongóis. A mudança do clima favoreceu o crescimento de gramíneas nas estepes asiáticas, e isso facilitou o avanço dos cavaleiros mongóis pelo continente. No auge, o império de Gêngis Khan se estendeu da China, a leste, até o Afeganistão, ao sul, e a Rússia e a Hungria, a oeste. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. 

 

 

Nobel em casa própria

A Fundação Nobel divulgou em abril o desenho de sua sede própria, que abrigará praticamente todas as suas atividades, inclusive a cerimônia de entrega dos prêmios e o Museu Nobel. O arquiteto inglês David Chipperfield assina o projeto vencedor, que custará cerca de US$ 186 milhões. Com 25 mil metros quadrados de área e inauguração prevista para 2018, o prédio será erguido num distrito histórico de Estocolmo, cercado de água e próximo a alguns dos principais museus e pontos de referência da capital sueca. Para Chipperfield, o projeto “oferece certa solidez e simplicidade clássicas”. O debate sobre a criação de um lar para as atividades da Fundação Nobel, hoje espalhadas por Estocolmo, movimenta a Suécia desde a criação do prêmio, em 1901. 

 

Vampiroterapia

Sangue jovem pode reverter sinais da idade. Cientistas americanos injetaram sangue de camundongo com três meses de idade em animais 15 meses mais velhos. Depois das aplicações, os camundongos de 18 meses de idade melhoraram seu desempenho em memória e aprendizado, além de apresentarem mudanças funcionais, moleculares e estruturais no cérebro. Segundo Tony Wyss-Coray, da Universidade Stanford, “os dados indicam que a exposição de camundongos idosos a sangue jovem numa fase adiantada da vida é capaz de rejuvenescer a plasticidade sináptica e aprimorar
a função cognitiva”.

 

Fatwa pró-natureza

Maior país islâmico do mundo, a Indonésia ganhou, em março, um reforço importante para combater o desmatamento e a caça e o comércio de animais ameaçados de extinção. O Conselho de Ulemás Indonésios, órgão que reúne os principais clérigos muçulmanos do país, emitiu uma inédita fatwa (decreto religioso) que declara essas atividades “não éticas, imorais e pecaminosas”. É a primeira vez que o clero islâmico se manifesta oficialmente sobre o assunto. Os religiosos esperam que a iniciativa promova a responsabilidade individual na preservação da natureza e estimule o governo indonesiano a agir nesse sentido, combatendo a corrupção e benefícios suspeitos concedidos a indústrias poderosas, como a do óleo de palma. 

 

Laser contra lixo

Para evitar que o lixo espacial cause incidentes como o narrado no filme Gravidade, cientistas da Universidade Nacional Australiana pretendem alvejar destroços orbitais com raios laser a partir da Terra, de modo que se desviem para a atmosfera e se desintegrem ao entrar nela. Um centro de pesquisas está sendo erguido para o projeto, com verba de US$ 60 milhões (US$ 40 milhões da iniciativa privada) e participação da Nasa, a agência espacial americana. Ele deve iniciar seu trabalho em meados deste ano, mapeando os fragmentos menores e calculando sua trajetória. Os cientistas acreditam que haja cerca de 300 mil destroços orbitando o planeta e pretendem destruir parte deles em até dez anos. 

 

Onde estão os artesanais nucleares

As Ilhas Marshall abriram um processo na corte Internacional de Justiça, em haia (holanda), contra nove países que possuem armas nucleares, por violarem a obrigação legal de se desarmar, prevista no tratado de Não proliferação Nuclear (tNp). Na nação da oceania ficam os atóis de Bikini e enewetak, palcos de 67 testes nucleares entre 1946 e 1958. Desde então, os marshallenses afi rmam conviver com
sérios problemas de saúde. os processados são as potências reconhecidas no tNp, assinado em 1968 (estados unidos, rússia, china, frança e reino unido), três países fora do tratado que possuem armas nucleares (Índia, paquistão e coreia do Norte) e Israel, que também as tem. “o atraso em cumprir as obrigações do artigo VI do tNp constitui uma negação fl agrante da Justiça”, diz a ação. a iniciativa levada à corte em 24 de abril, na forma de nove casos separados, flagra a hipocrisia das potências que não param de modernizar seus arsenais nucleares. “os estados nucleares continuam a espalhar o mito de que estão comprometidos com iniciativas de desarmamento, enquanto esbanjam bilhões de dólares para incrementar seus arsenais”, diz a britânica kate hudson, secretária da campanha para o Desarmamento Nuclear no reino unido.

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