Casa portátil

Amantes da natureza que não gostam de trailers e acampamentos dispõem agora de uma nova alternativa: a Ecocapsule, minicasa em forma de ovo que contém o essencial para dois adultos terem uma estada agradável.

A empresa eslovaca Nice Architects, criadora do projeto, planejou a Ecocapsule com uma cama, cozinha, banheiro e área de trabalho, além de duas janelas para permitir a entrada do ar, tudo isso em 8 metros quadrados de área. Uma turbina eólica de 750 watts e 2,6 m2 de células solares de alta eficiência carregam uma bateria que garante a iluminação e o aquecimento.


Uma turbina eólica e células solares abastecem a Ecocapsule com energia

A água da chuva coletada é filtrada e despejada num tanque sob o piso. O preço só será divulgado no fim do ano e certamente não será baixo, mas o projeto já tem seu lugar na galeria de habitações sustentáveis.


Imagens do interior da casa: conforto em 8 m2 de área

 

Peixe invasor

Um exótico tipo de perca, que anda fora da água e respira em terra por até seis dias, está agitando os meios científicos australianos. O peixe já foi encontrado em ilhas do Estreito de Torres, que separa sua terra de origem, Papua Nova Guiné, da Austrália, e prevê-se que sua chegada ao norte australiano causaria um desastre ambiental de grandes proporções. Além de sua espantosa resistência, a perca pode matar aves e peixes maiores asfixiando-os com suas guelras e, embora seja de água doce, pode sobreviver em água salgada. Pior ainda: pássaros e peixes que o devoram podem morrer engasgados com suas guelras. Cientistas australianos estão monitorando a situação e instruindo pescadores das ilhas do Estreito de Torres a identificar (e eliminar) o temível invasor.

 


dos peixes-serra da costa da Flórida nasceram por reprodução unicamente feminina (partenogênese), afirmam cientistas americanos em estudo publicado na revista Current Biology. A partenogênese pode ocorrer em espécies criticamente ameaçadas. A sobrepesca e a perda do habitat reduziram o número de peixes-serra no mundo a 1% do existente em 1900.

 


bilhões de pessoas serão usuárias da internet até o fim deste ano, anunciou o Setor de Desenvolvimento das Telecomunicações da ONU em seu relatório “O Mundo em 2015”. Quinze anos atrás, esse número era de 400 milhões de pessoas. De 2001 a 2015, a porcentagem da população mundial coberta por pelo menos uma rede 2G saltou de 58% para 98%.

 

Buracos explicados

Um estudo suíço divulgado em maio solucionou o mistério dos buracos que aparecem em queijos famosos produzidos no país, como o emmental e o appenzell. Nem bactérias, nem camundongos são os responsáveis: especialistas do Agroscope, um instituto estatal de pesquisa agrícola, revelaram que minúsculos pedaços de feno presentes no leite produzem os buracos. Os pesquisadores notaram que os buracos diminuem de tamanho ou somem quando o leite usado na elaboração do queijo é tirado segundo métodos modernos. O mistério tem sido investigado desde 1917, quando o americano William Clark publicou um estudo em que disse que os buracos surgiam da emissão de dióxido de carbono feita por bactérias presentes no leite.

 

Robô socorrista

O robô humanoide DRC-Hubo (acima), desenvolvido pela Equipe KAIST, da Coreia do Sul, foi o vencedor da etapa final do DARPA Robotics Challenge, realizado em junho na Califórnia (EUA). Equipes de seis paí­ses, incluindo Japão, Coreia do Sul e EUA, disputaram o torneio, cujo tema era a resposta a um desastre natural inspirado na tragédia da usina nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011. Os robôs tinham de superar, ilesos, provas como abrir uma porta, passar por obstáculos e subir escadas. A equipe sul-coreana, que contou com a ajuda de pesquisadores da Universidade de Nevada (EUA), levou US$ 2 milhões pelo primeiro lugar.


DRC-Hubo: aprovado para cumprir missões de socorro em desastres como o de Fukushima

 

O primeiro pássaro brasileiro

Um fóssil bem conservado de um pássaro que viveu há cerca de 115 milhões de anos na Chapada do Araripe, no Ceará, durante o período Cretáceo, é o registro mais antigo encontrado de aves no Brasil. O espécime, da família Enantiornithes, viveu na área quando ela pertencia ao supercontinente de Gondwana, uma das duas grandes massas de terra originárias da divisão do continente original, Pangea, por volta de 200 milhões de anos atrás. A ave tinha ao todo 14 centímetros de comprimento, apenas 6 cm de esqueleto e uma longa cauda, formada por duas penas. Segundo o pesquisador Ismar de Souza Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos autores do estudo, que reúne cientistas brasileiros e argentinos, essas penas não ajudavam propriamente o pássaro a voar; serviam mais como estímulo sexual e comunicação visual com outras aves da mesma espécie. A pesquisa foi publicada em junho na revista Nature Communications.

 

Regulador cerebral

Um aparelho recém-lançado nos Estados Unidos, denominado Thync, seria capaz de estimular ou tranquilizar seu usuário por meio da manipulação da eletricidade em seu cérebro. De acordo com a empresa fabricante, o artefato, uma espécie de triângulo de plástico colocado sobre a testa, proporciona “calma ou energia sob demanda” usando “neurossinalização” para ativar nervos e alterar os estados mentais da pessoa. Os sinais elétricos são emitidos pelo aparelho ao longo de uma hora, mas o efeito pode durar outra hora adicional, afirmam os fabricantes. O Thync custa US$ 299, mas, segundo seus usuários, o valor é bem aplicado: o produto cumpre o que promete.

 

Preconceitos desativados

Aprender conteúdos durante o sono ainda é ficção, mas esse período pode ser usado para “desaprender” preconceitos sobre raças e gêneros, dizem cientistas americanos. Seu estudo, publicado na revista Science, envolveu dois exercícios. No primeiro, os participantes viram imagens femininas com palavras ligadas a matemática ou ciência; no segundo, rostos negros surgiram acompanhados por palavras positivas. Durante os exercícios, dois sons distintos eram tocados, um ligado ao gênero abordado e outro à raça. Depois deles, os participantes dormiram por 90 minutos, e ao entrarem em sono profundo, sem que soubessem, os dois sons foram reproduzidos. Na avaliação feita logo a seguir, os preconceitos dos participantes caíram 56% ante o nível pré-experiência. Os autores do estudo creem que a técnica pode ser adaptada para reduzir outros tipos de comportamento indesejável ou até hábitos nocivos, como fumar.

 


infrações à nova e rigorosa lei antifumo de Pequim levarão a pessoa a ter seu nome divulgado em um portal do governo, de acordo com a agência oficial Xinhua. O valor da multa por fumar em locais públicos foi multiplicado por 20 – agora, é de 200 yuans (US$ 32). A prefeitura da capital chinesa designou mil agentes para fiscalizar a aplicação da lei.

 

Fim do desperdício

A assembleia nacional da França votou por unanimidade, em maio, uma lei que proíbe os supermercados do país de jogar fora ou destruir alimentos não vendidos. Estes deverão, de agora em diante, ser doados a instituições de caridade ou repassados para alimentação de animais. Lojas com pelo menos 400 metros quadrados de área terão de assinar contratos com instituições de caridade até julho de 2016 – caso contrário, terão de enfrentar multas de até € 75 mil ou dois anos na prisão. A nova lei integra medidas que buscam reduzir pela metade a quantidade de alimentos desperdiçados na França até 2025. Confira a seguir alguns números que justificam essas iniciativas.

 

Superviajantes alados

Andorinhões nascidos na Cidade Proibida, o complexo imperial em Pequim, voam mais de 25 mil km todo ano, indo até o sul da África e voltando, sem pousar. Um estudo que reuniu cientistas de vários países e amantes da ornitologia revelou ainda que essas aves descem à terra apenas para criar seus filhotes e passam três anos no ar, durante os quais comem, bebem e se acasalam. Um andorinhão chinês voa quase 200 mil km em vida. A pesquisa nasceu do interesse em estudar os hábitos dessas aves para descobrir por que seu número em Pequim caiu 50% nos últimos 30 anos.

 

Exame de sangue definitivo

Um teste desenvolvido por pesquisadores americanos permite descobrir toda a história de infecções virais de uma pessoa a partir de uma gota de sangue. “Normalmente, quando um médico quer saber se alguém foi infectado com um vírus, tem de adivinhar qual vírus é e então procurar especificamente por ele”, afirma Stephen Elledge, que liderou o projeto no Brigham and Women’s Hospital, em Boston. O novo teste, que custa US$ 25, elimina essa busca analisando mais de mil cepas de vírus humanos e revela todos os que infectaram ou infectam o paciente, mesmo quando não causaram sintomas mais evidentes. Ele usa o fato de que, sempre que o corpo é infectado, o sistema imunológico produz anticorpos para combater o vírus que permanecem na corrente sanguínea por anos, às vezes décadas.

 

Revolução anatômica

Os atlas do corpo humano têm novidades para mostrar: vasos sanguíneos situados abaixo do crânio, que aparentemente integram o sistema linfático e ligam o cérebro ao sistema imunológico. A descoberta, apresentada em um estudo da Universidade da Virgínia (EUA) divulgado em junho na revista Nature, pode propiciar uma sólida base biológica para evidências de que a saúde mental e o estado do sistema imunológico estão intimamente relacionados. Segundo estudos recentes, pessoas com diabete (doença autoimune) estão 65% mais propensas a desenvolver demência e pacientes com Alzheimer que sofreram infecções regulares, tais como resfriados e tosse, tiveram um desempenho quatro vezes pior em testes de memória do que pacientes com níveis de infecção baixos. Para confirmar de vez sua hipótese, os pesquisadores ainda devem avaliar se o declínio do sistema imunológico não está ligado simplesmente a fatores do estilo de vida, como dieta equivocada e vida sedentária.


À esquerda, a antiga visão científica do sistema linfático; à direita, a atual, que o liga ao cérebro

 

Amor filial

Não é fácil encontrar na natureza demonstrações tão evidentes do apreço e do carinho de um filho por sua mãe quanto a que o fotógrafo Ben Beaden flagrou em junho no Zoo Wildlife Hospital, no estado australiano de Queensland. “Lizzy”, a mamãe coala da foto, foi atropelada numa estrada perto de Brisbane, a maior cidade do estado, e levada para o hospital a fim de ser operada. Depois da cirurgia, “Phantom”, o coalinha, ficou grudado à mãe convalescente.

 


milhões de lixões seguem funcionando no Brasil, e cerca de 60% dos municípios do país ainda não possuem um plano de gestão de resíduos, que a Política Nacional de Resíduos Sólidos tornou obrigatório desde 2012. Os números apontam a dificuldade de se implantar aqui essa legislação, considerada uma que mais se destacam no setor em nível mundial.

 

Indústria do marfim vigiada

O governo chinês se comprometeu no fim de maio a desativar gradualmente sua produção e venda de produtos de marfim. O anúncio foi feito numa cerimônia em que diplomatas estrangeiros testemunharam a destruição simbólica de 662 quilos de marfim confiscado. Na ocasião, Zhao Shucong, diretor da Administração Florestal do Estado, afirmou: “Controlaremos estritamente o processamento e o comércio de marfim até que eles sejam interrompidos”. É a primeira vez que a China assume um compromisso sobre sua indústria doméstica de marfim. Ambientalistas do país e estrangeiros aplaudiram a medida, pelo impacto sensível que ela causará na preservação de elefantes e no comércio ilegal de marfim.


Peça de marfim chinesa: produção para um mercado que se reduzirá gradualmente

 

Lâmpada de grafeno

Pouco a pouco, as aplicações práticas do grafeno (a versão do carbono com espessura de um átomo) vão aparecendo. Um estudo da Universidade de Columbia (EUA) publicado em junho na revista Nature Nanotech­nology revelou que foi criada a menor lâmpada do mundo, na qual o grafeno foi convertido em um filamento superaquecido (o mesmo que ocorre numa lâmpada incandescente), que brilhou à temperatura de cerca de 2.500°C. Embora a lâmpada tenha dimensões microscópicas, a luz foi tão intensa que podia ser vista a olho nu. Outro detalhe importante foi a contenção, no espaço desejado, das altas temperaturas necessárias para fazer o produto acender, o que impediu danos no chip de silicone no qual a lâmpada foi montada. O invento poderá revolucionar toda a área da computação que trabalha com pulsos de luz para processar e transmitir informações digitais.


O grafeno começa a multiplicar suas utilidades

 

Atmosfera de hélio

Uma análise da atmosfera do planeta GJ 436b, descoberto por meio do telescópio espacial Spitzer, da Nasa, revelou que ela não contém metano, um indicativo de que não há hidrogênio ali. Em geral, a atmosfera dos planetas que conhecemos possui hidrogênio, o elemento mais abundante no universo, mas uma nova teoria sugere que planetas com atmosfera rica em hélio – outro elemento disseminado no espaço – podem ser comuns na Via Láctea. Esses planetas teriam massa semelhante à de Netuno, ou menor que a dele, e girariam perto de sua estrela, o que se refletiria em temperaturas elevadíssimas. Como é mais leve do que o hélio, o hidrogênio tenderia a “escapar” da atmosfera com o calor. O GJ 436b gira em torno de sua estrela a cada 2,6 dias.

 

Superfidelidade canina

A lealdade dos cães aos seus donos funciona na base de “o inimigo do meu amigo é meu inimigo também”, concluíram cientistas japoneses num estudo publicado em junho na revista Animal Behaviour. Os pesquisadores, da Universidade de Kyoto, examinaram as reações de 18 animais que assistiram a vídeos nos quais seus donos tentavam abrir uma caixa. Em certos casos, eles contavam com a ajuda de estranhos; nos outros, estes os rejeitavam. Depois disso, cada um dos estranhos apareceu e ofereceu uma guloseima aos cachorros. Nos casos em que seus donos haviam sido rejeitados nos vídeos, os cães tendiam a evitar os estranhos; já quem havia ajudado os proprietários conseguia estabelecer a interação. “Essa avaliação de uma terceira parte é um dos fatores que favoreceram o desenvolvimento das sociedades cooperativas”, afirmam os cientistas japoneses.