Benefícios da mestiçagem

Um dos maiores estudos feitos sobre diversidade genética confirma que os frutos de relacionamentos inter-raciais ajudam a melhorar a espécie. Publicado em julho na revista Nature, ele se baseou em informações genéticas e de saúde relativas a mais de 350 mil pessoas de cerca de 100 comunidades ao redor do mundo. Os cientistas, da Universidade de Edimburgo (Reino Unido), concluíram que as crianças com pais geneticamente distantes tendem a ser mais altas e inteligentes do que suas colegas, e essas características se intensificam conforme a distância genética aumenta. A pesquisa sugere que esses dois fatores podem estar sendo aprimorados, já que um número crescente de pessoas está se casando com parceiros de outras partes do mundo. Frustrante para os racistas de plantão, o estudo desfez ainda suspeitas de que a diversidade genética acarretaria aumento na pressão sanguínea ou nos níveis de colesterol.

 

Facebook e telepatia

Quais assuntos estão sendo considerados por Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, na busca por futuros avanços tecnológicos? Além de inteligência artificial e de satélites equipados com laser, ele antevê a possibilidade de comunicações telepáticas via recursos digitais. Em seu fórum de perguntas e respostas online realizado em julho, ele escreveu: “Um dia, acredito que poderemos enviar pensamentos completos uns aos outros, usando a tecnologia. Você simplesmente poderá pensar em algo e seus amigos imediatamente poderão experimentar isso também, se você quiser”. A perspectiva de que isso ainda demore a se concretizar não impede que alguns já se preocupem com a sua privacidade mental, temendo perdê-la para agências de segurança e empresas interessadas em explorá-la comercialmente.

 

Fim dilacerante

Um novo modelo do universo sugere que ele, surgido provavelmente da explosão de um minúsculo ponto incrivelmente denso, se expandirá de tal maneira que acabará, no fim dos tempos, por se romper antes de sumir de vista. O estudo, feito na Universidade Vanderbilt (EUA) e publicado em julho na revista Physical Review D, propõe que essa expansão ocorre em tudo, desde as galáxias e os planetas até as partículas atômicas e o próprio espaço-tempo. No final, ela causaria o que o matemático Marcelo Disconzi, que liderou o estudo, denomina “Big Rip” (“Grande Rasgão”, em referência ao “Big Bang” inicial). “A ideia do Big Rip”, afirma ele, “é que futuramente até os constituintes da matéria começarão a se separar um do outro. Você estaria vendo todos os átomos se despedaçando”. Ninguém precisa se preocupar com isso agora, assegura Disconzi: o processo se daria daqui a 22 bilhões de anos.

 

Waldo Vieira (1932-2015)

Falecido em 2 de julho em Foz do Iguaçu (PR), em consequência de um acidente vascular cerebral, o médico e professor Waldo Vieira deixa marcas profundas nos meios espírita e espiritualista brasileiro. Ele se tornou conhecido inicialmente por sua parceria de cerca de dez anos com o médium Chico Xavier, que rendeu vários livros psicografados, a começar por Evolução em Dois Mundos, de 1958. Em 1966, desligou-se do espiritismo e passou a fazer pesquisas independentes. Vieira foi o autor de Viagem Astral, uma das mais vendidas edições especiais de PLANETA, publicada originariamente em 1989.

 

Planeta premiada

A matéria “Esta pedra vai salvar o mundo?”, sobre o xisto, publicada na edição 491 de PLANETA (setembro de 2013), rendeu à revista o Prêmio Petrobras de Jornalismo, na categoria Petróleo, Gás e Energia – Regional São Paulo e Sul. O editor executivo da revista, Eduardo Araia (à direita na foto), que assina o texto, recebeu o troféu das mãos de Marcos Ramos, gerente setorial de imprensa nacional da Petrobras, em cerimônia realizada na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, em 30 de junho. A matéria laureada pode ser lida no site de PLANETA (revistaplaneta.com.br), que contém a versão digitalizada dos números da revista, desde o 412 até o do mês anterior ao da edição que está nas bancas.

 

Celebração da ioga

Criação indiana hoje espalhada pelo mundo, a ioga – disciplina que beneficia os lados físico, metal e espiritual dos seus praticantes – foi homenageada pela Assembleia Geral da ONU em dezembro de 2014 com a designação de um dia só seu. O primeiro Dia Internacional da Ioga, em 21 de junho, mostrou que a data não vai passar em branco: ela foi celebrada por milhões de pessoas no mundo, muitas das quais fizeram ásanas (posturas) em amplos lugares abertos, como embaixo da Torre Eiffel. Na Rajpath, uma das principais avenidas da capital indiana, Nova Délhi, cerca de 36 mil praticantes se exercitaram durante 35 minutos (foto), incluindo o primeiro-ministro Narendra Modi (um dos principais defensores da criação da data) e representantes de 84 países. A pátria da ioga fez uma convocação geral para a data, exortando desde escolas até quartéis e prisões a participar das práticas.

 

Cometa esburacado

Fotos enviadas em julho pela sonda Rosetta, pousada no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, mostraram grandes crateras na superfície do astro. Para os cientistas, os buracos, que têm em geral 200 metros de profundidade, se formaram tal como os sumidouros terrestres: a partir do colapso dos tetos naturais de cavernas, devido a seu peso. Alguns dos buracos são bem antigos, enquanto outros, sem erosão, são novos. Eles revelam que a estrutura interna dos cometas é bem variada, desmontando teorias segundo as quais esses corpos teriam núcleos homogêneos.

 

Carros autodirigidos

O Google prossegue firme em sua meta de construir uma frota de veículos que andam sem a intervenção de motoristas, divulgada pela primeira vez em dezembro. No fim de junho, depois de uma primeira etapa nas ruas de Mountain View (sede da empresa), na Califórnia, os carrinhos passaram a percorrer vias mais amplas ainda no mesmo município, numa velocidade máxima de 25 milhas por hora (40 km/h). O balanço da primeira fase foi animador: 12 acidentes em quase 2,9 milhões de quilômetros rodados, nenhum deles por culpa do carro do Google.

 

Aurora espacial

As cores da aurora ficam um pouco diferentes quando ela é vista do espaço. Nesta foto, tirada em 23 de junho pelo astronauta americano Scott Kelly a bordo da Estação Espacial Internacional, o fenômeno aparece em um intenso tom vinho. As auroras são o resultado do impacto de partículas do vento solar com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético do planeta. Elas não são uma exclusividade terrestre: já foram observadas em outros planetas do nosso sistema, como Júpiter, Saturno, Marte e Vênus.

 

Avião elétrico brasileiro

Os aviões tripulados movidos a eletricidade ainda são uma novidade tecnológica (veja sobre o tema a matéria à pág. 18 de PLANETA 507), mas o Brasil já tem o que mostrar na área. Em 23 de junho, o Sora-e, primeiro aparelho do gênero na América Latina, fez seu voo inaugural sobre a represa de Itaipu. A viagem, iniciada e concluída no aeroporto de Itaipu, no lado paraguaio da usina, durou cinco minutos e foi considerada bem-sucedida. Fabricado com estrutura de fibra de carbono, o Sora-e pode levar o piloto e um passageiro e atinge a velocidade máxima de 340 km/h – a de cruzeiro é de 190 km/h. Ele tem 8 metros de envergadura e pesa 650 quilos. Seus seis conjuntos de baterias de lítio íon polímero, que totalizam 400 volts, proporcionam uma autonomia de voo de 90 minutos. A aeronave é uma parceria da Itaipu Binacional com a ACS Aviation, de São José dos Campos (SP), que investiram R$ 900 mil no projeto.

 

Rodovia das abelhas

Oslo, a capital da Noruega, decidiu dar uma contribuição original para a sobrevivência das abelhas, essenciais na polinização de vegetais usados na produção de alimentos. Sua ideia, que já está sendo posta em prática, é criar a primeira “rodovia das abelhas” do mundo, aproveitando locais com flores, como cemitérios, varandas e jardins nos tetos. O trajeto proporciona aos insetos não apenas um percurso seguro pela cidade, mas também pontos de alimentação e abrigo. Os interessados em participar do projeto – que, segundo seus organizadores, vão de pessoas comuns a grandes empresas e estatais – são convidados a divulgar suas contribuições no site polli.no, que apresenta o mapa da rota das abelhas na cidade.

 

Marte no Havaí

Em junho, cientistas, alunos de jornalismo e um astronauta realizaram no Parque Nacional de Vulcões do Havaí um estudo geológico de campo parecido aos que serão feitos em outros corpos celestes, como a Lua ou Marte. A área escolhida (na foto acima) apresenta boas condições climáticas, vegetação escassa e um típico solo vulcânico. A equipe fez observações, coletou dados com vários instrumentos de campo, tirou fotos com câmeras postas em pipas e usou a tecnologia lidar (veja sobre ela a matéria à pág. 48) para detectar as texturas da superfície da área. Foram analisados o tempo levado no cumprimento da missão, o funcionamento dos aparelhos, a importância dos materiais coletados e a possibilidade de se integrar tudo isso para aprender quais materiais deverão ser trazidos para estudos aqui.

 


mil adolescentes japoneses estão viciados em internet, de acordo com o governo local. O problema já estimula a criação de centros em todo o país que oferecem “desintoxicação digital”, tratamento durante o qual os participantes devem deixar seus smartphones, tablets e computadores na porta e passar algum tempo afastados desses aparelhos.

 

Luta pela sobrevivência

Uma das espécies mais ameaçadas do mundo pelo aquecimento global, os ursos-polares já estão mudando sua rotina de caça para enfrentar as novas dificuldades. Em junho, cientistas noruegueses viram esses animais, que tradicionalmente se alimentam de focas, comendo golfinhos. Habituais frequentadores do Ártico norueguês durante o verão no hemisfério norte, os golfinhos nunca tinham sido vistos no inverno ou na primavera, estações em que o mar ainda está coberto com gelo marinho. “Aparentemente, as novas espécies estão aparecendo na dieta dos ursos-polares devido ao aquecimento global porque elas estão rumando para o norte”, afirma Jon Aars, do Instituto Polar Norueguês, que fotografou as cenas e publicou um artigo sobre o tema na edição de junho da revista Polar Research.

 

Dieta do jejum

Cientistas da Universidade do Sul da Califórnia desenvolveram uma dieta similar ao jejum que promete vários benefícios à saúde, como fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de câncer e doenças cardíacas. A “dieta imitadora do jejum” (FMD, na sigla em inglês) precisa ser seguida apenas cinco dias por mês, período em que a ingestão de calorias dos praticantes deve ser reduzida a um intervalo entre 34% e 54% do normal, respeitando-se uma ingestão adequada de proteínas, gorduras e carboidratos. É incentivado também o consumo de sopas com vegetais e chá de camomila. No resto do mês, as pessoas podem comer o que quiserem. Após três meses de dieta (que, na prática, se resumiram a 15 dias), os participantes reduziram sua gordura corporal e os níveis de biomarcadores relacionados a envelhecimento, diabete, câncer e doenças cardíacas, como o hormônio IFG-I.

 

Vitória do amor sem rótulo

Não foi fácil, mas passou: por 5 votos a 4, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, em 26 de junho, liberar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país, pondo fim a décadas de batalhas legais a respeito desse direito. Trinta e sete estados e a capital do país, Washington, já aceitavam essas uniões, e a decisão da Suprema Corte tornou inválidas as leis dos 14 estados que ainda as proibiam. Em discurso na Casa Branca, o presidente Barack Obama comemorou a vitória. “Os americanos deveriam estar orgulhosos”, disse, acrescentando que pequenos atos corajosos “fizeram o país compreender lentamente que amor é amor”.

 


entre três crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade tem peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, informa um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde. São obesos 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas. Se nada mudar, haverá 75 milhões de crianças obesas ou com sobrepeso em 2025.

 

Devolução à natureza

Resquícios da Guerra Fria, 62 bases militares alemãs desocupadas, situadas a leste da Cortina de Ferro, encontraram agora uma destinação nobre: serão transformadas em reservas naturais, garantindo um lar para aves raras e outros animais. O governo alemão bem que flertou com a ideia de vender os terrenos, que somam 31 mil hectares, mas no final dobrou-se à pressão verde. As ex-bases farão parte, assim, do Cinturão Verde Europeu, iniciativa da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) voltada à conservação da natureza e ao desenvolvimento sustentável em terras da antiga Cortina de Ferro, que cruzam a Europa do Mar Negro ao Mar de Barents.