Preconceito à tona

Beijo homossexual em público, o tema que mais apareceu em relação ao preconceito homofóbico no Brasil (Foto: iStockphoto)

O Brasil está aos poucos aprendendo que é um país preconceituoso, sim. Uma pesquisa encomendada ao Ibope pela Ambev-Skol, divulgada em outubro, produziu um amplo retrato das práticas preconceituosas dos brasileiros e da visão distorcida que temos sobre isso. Segundo o levantamento, apenas 17% declararam ter algum tipo de preconceito, ante 83% que responderam “não”. Mas quando os pesquisadores mostraram aos entrevistados frases preconceituosas e lhes perguntaram se já haviam feito esse tipo de comentários alguma vez, 73% reconheceram que sim. Os comentários mais citados foram: “Mulher tem que se dar ao respeito” (machismo), com 49%; “Não sou preconceituoso, até tenho um amigo negro” (racismo), com 26%; “Pode ser gay, mas não precisa beijar em público” (homofobia) e “Ela/ele é bonita(o), mas é gordinha(o) (gordofobia), também com 25%. Quanto às regiões, 21% dos entrevistados do Sudeste disseram ter algum tipo de preconceito, seguidos por Centro-Oeste e Norte, ambos com 18%. Já quanto às frases, as posições se invertem: admitiram ter feito comentários preconceituosos 78% dos entrevistados do Centro-Oeste e do Norte, seguidos pelo Sudeste, com 74%.

 

vezes mais energia poderiam gerar as usinas eólicas no oceano do que suas similares em terra, revelou um estudo do Instituto Carnegie para a Ciência (EUA) divulgado em outubro. Os pesquisadores atribuem essa possibilidade às grandes velocidades do vento em áreas de mar aberto. Ainda não existem usinas eólicas em águas profundas em escala comercial.

 

Pecuária sustentável

Pantanal: primeira região enfocada no protocolo (Foto: iStockphotos)

A Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO) e o WWF-Brasil lançaram em outubro o Protocolo de Carne Sustentável, o primeiro do país a inserir a conservação ambiental numa certificação de raças bovinas. Pecuaristas do Pantanal (primeira região enfocada) que aderirem ao acordo deverão adotar boas práticas produtivas, como ajuste de lotação de pastagens para evitar compactação, perda de nutrientes e desequilíbrio do solo, proteção dos recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas. Disponível para esses produtores, o software “Fazenda Pantaneira Sustentável” (FPS), desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), permite detectar o grau de sustentabilidade da propriedade por meio de vários indicadores, fornecendo um relatório que indica se a fazenda está sustentável ou se precisa fazer ajustes.

 

Carro do futuro

Stella Vie: geração de energia maior do que o consumo (Foto: Bio Barrera)

A já tradicional corrida anual World Solar Challenge – uma travessia de 3 mil quilômetros de norte a sul da Austrália em carros movidos a energia solar, realizada em outubro – foi vencida pela terceira vez seguida pelo holandês Nuna 9, com a média de 81,2 km/h. Mas outro competidor do mesmo país deu o que falar: o Stella Vie, da Equipe Eindhoven, levou cinco pessoas, a 69 km/h de velocidade média. Seus criadores queriam desenvolver um carro de família que tivesse um equilíbrio entre aerodinâmica, estética e design prático. Segundo Chris Selwood, diretor do World Solar Challenger, o Stella Vie foi o carro mais eficiente, gerando mais energia do que consumiu. “Esse é o futuro dos veículos solares elétricos”, afirmou. “Quando seu carro está parado em casa, pode estar carregando e produzindo energia de volta para a rede.”

 

Qualidade premiada

Renata e o prêmio: reconhecimento

Vida longa é com PLANETA. Contando com muitos leitores de 60 anos ou mais, que nos acompanham nestes 45 anos de existência, a revista ganhou o terceiro lugar na categoria Mídia Impressa dos Prêmios Longevidade de Jornalismo Bradesco Seguros 2017, pela matéria “O que você quer ser quando envelhecer?”, de Renata Valério de Mesquita. Capa da edição 526 (novembro de 2016), a reportagem propõe uma reflexão sobre o modo como o brasileiro vê, planeja e vive a velhice (a população idosa do país deve mais que triplicar até 2050). A revista IstoÉ Dinheiro, também da Três Editorial, foi vice-campeã na mesma categoria com a matéria “Haverá emprego para a geração sênior?”. Os prêmios foram entregues durante o XII Fórum da Longevidade da Bradesco Seguros, em outubro.

 

Planetinha com anel

Haumea e seu anel, em concepção artística (Foto: Divulgação)

Assim como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, Haumea – um dos cinco planetas anões conhecidos do Sistema Solar – também tem seu anel. Descoberto na primeira metade da década passada, esse corpo celeste cujo nome homenageia a deusa havaiana do parto tem a forma de uma bola oval, um diâmetro equivalente a 1/3 do diâmetro da Lua e dois satélites naturais. A novidade foi anunciada em outubro na revista Nature por José Ortiz, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (Espanha), cujo grupo encontrou o anel. “Não esperávamos encontrar um anel ali, mas ele tampouco nos surpreendeu”, declarou o cientista.

 

A magia dos lugares favoritos

Os locais inesquecíveis trazem mais benefícios mentais do que objetos de estimação (Foto: iStockphotos)

Um estudo usando imagens do cérebro encomendado pelo National Trust (uma das maiores organizações de preservação da natureza do Reino Unido) e divulgado em outubro revelou que lugares que evocam memórias positivas causam sentimentos mais intensos de bem-estar, satisfação e integração do que objetos de estimação, como fotos ou alianças de casamento. Cientistas da Universidade de Surrey (Inglaterra) e especialistas em pesquisa realizaram entrevistas detalhadas, exames de ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês) e uma pesquisa online envolvendo 2 mil pessoas a respeito de seus lugares especiais. O estudo mostrou que lugares particularmente significativos estimulam uma sensação de calma, espaço para pensar e um sentimento de completude. Notou-se uma atividade especial em uma área do cérebro associada a respostas emocionais, a amígdala. Confira a seguir alguns dos números revelados no trabalho.

 

Enigma resolvido

Pirâmide de Quéops: canais escavados a partir do Nilo ajudaram na construção (Foto: iStockphotos)

Como os pesados blocos que compõem a pirâmide de Quéops foram levados do local de corte até a construção? A equipe do arqueólogo americano Mark Lehner resolveu a questão no documentário “A Grande Pirâmide do Egito: A Nova Evidência”, exibido em setembro na TV britânica. A resposta está no Diário de Merer, papiro de 4.500 anos achado no porto de Wadi Al-Jarf em 2013. Segundo o texto, canais escavados uniam o rio Nilo à base da construção. Levados por barcos, os blocos cortados em Tura e Assuã eram descarregados por até 40 operários, usando trilhos de madeira sem rodas. Dali, seguiam em trenós até a obra. O diário descreve ainda os diques usados para canalizar a água do Nilo à pirâmide e o transporte de cobre ao porto – com o metal se criavam ferramentas para o corte das pedras.

 

Elefante pedinte

Elefante pede esmola na Índia: prática irregular (Foto: AFP)

Um elefante recebe dinheiro de um motorista na Rodovia Nacional, no estado de Tripura (nordeste da Índia), a 35 quilômetros de Dharmanagar. Elefantes são utilizados em algumas regiões indianas para coletar esmolas, perto de templos ou à beira de estradas. As pessoas que dão dinheiro em geral recebem uma “bênção” do animal – um toque suave da tromba na cabeça do doador. Essa atividade tem sido combatida por organizações de defesa dos animais, que lutam legalmente para resgatá-los, e os condutores dos elefantes flagrados podem ser detidos, assim como outras pessoas envolvidas na exploração dos paquidermes.

 

segundos é o intervalo entre dois suicídios registrados no mundo, segundo uma pesquisa desenvolvida pela agência de comunicação Nova/sb a partir da iniciativa Comunica que Muda, divulgada em setembro. Isso representa cerca de 800 mil vítimas por ano. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 90% desses casos poderiam ser evitados.

 

Trégua nas emissões

Emissão de CO2: nível mantido nos principais poluidores (Foto: iStockphotos)

As maiores nações emissoras de dióxido de carbono do mundo, exceto a Índia, viram seus níveis de liberação de CO2 ficar estáveis em 2016, revelou um estudo divulgado em setembro pela Agência de Avaliação Ambiental da Holanda. Manter o nível significou despejar mais de 35 bilhões de toneladas na atmosfera em 2016, o que eleva a temperatura média do planeta e aumenta o risco de eventos climáticos extremos. Mas pode representar também um aceno no sentido de que se comece a reverter as liberações de CO2.

 

Cirurgia química

Cientistas já conseguem editar as bases nitrogenadas do DNA (Foto: iStockphotos)

Pesquisadores da Universidade Sun Yat-sen (China) usaram pela primeira vez a técnica da edição de base para reprogramar uma falha em uma base do código genético. A operação – definida como uma “cirurgia química” e divulgada em um artigo publicado em setembro na revista Springer – foi feita em embriões de laboratório com talassemia beta, doença sanguínea hereditária que pode causar fraqueza, fadiga e formação de coágulos sanguíneos anormais. No artigo, os pesquisadores classificam a talassemia beta como “problema de saúde global” causado por mutações no gene HBB e descrevem como trocaram uma das quatro bases nitrogenadas do DNA, a guanina, pela adenina (as outras são a citosina e a timina), a fim de solucionar o problema no sangue. Criada por David Liu, professor da Universidade Harvard (EUA), a edição de base é uma nova tecnologia que permite a modificação irreversível de genes dentro dos organismos.

 

Determinação aprendid

Os bebês parecem aprender os benefícios do trabalho árduo ao ver a perseverança de adultos em tarefas difíceis, indica um estudo americano publicado em setembro na revista Science. A equipe de Julia Leonard, do MIT, pôs bebês com idade entre 13 e 18 meses para ver adultos tirando um brinquedo de um recipiente fechado – parte destes resolvia tudo em dez segundos, enquanto outros precisavam de cerca de meio minuto. Depois, eram dadas aos pequenos caixas de música cujo botão de acionamento fora desativado para o estudo. Os bebês que haviam visto os adultos lutando para abrir o recipiente apertaram o botão duas vezes mais do que os outros.

 

À margem do mundo

Gradualmente, diversos países estão anunciando a data em que os veículos movidos a combustíveis fósseis deixarão de ser vendidos em seus territórios. A Noruega, por exemplo, onde 28% da frota já é elétrica, fixou 2025 como o ano limite. Alemanha e Índia estabeleceram 2030, e França e Reino Unido, 2040. Por aqui, a discussão segue a anos-luz de uma medida como essa. A frota brasileira de híbridos e elétricos ainda é minúscula e a legislação sobre esses veículos atrapalha (os impostos são altos), assim como a presença do etanol (a indústria automotiva nacional deseja que os benefícios desse biocombustível sejam levados em consideração nas metas de eficiência energética). Confira a seguir alguns números a respeito da presença dos carros elétricos no planeta.

 

espécies marinhas, aproximadamente, foram arrastadas por 7.725 km no Oceano Pacífico até a costa oeste dos Estados Unidos após o tsunami de 2011 no Japão. Cerca de 1 milhão de seres – incluindo crustáceos, lesmas-do-mar e vermes marinhos – percorreram esse trajeto em meio a destroços do tsunami, segundo estudo publicado na revista Science em setembro.

 

Cultivo com arte

Moça chinesa “desenhada” em arrozal: atração turística (Foto: AFP)

Os chineses têm se mostrado cada vez mais adaptados às formas ocidentais de ganhar dinheiro, mas não deixam de demonstrar uma criatividade toda própria em determinadas iniciativas. Uma delas é a apresentada na foto acima, que mostra num arrozal, durante a estação da colheita, a imagem de uma tradicional beldade chinesa, elaborada a partir do uso de diferentes variedades de arroz. O detalhado desenho foi feito num cultivo em Shenyang, na província de Liaoning (nordeste do país), com o objetivo de promover o turismo na área e aumentar a renda dos agricultores locais.

 

Fábricas virtuais

Fábrica em Amberg: exemplo do futuro (Foto: Max Etzold)

Um índice de apenas 0,0012% de defeitos nos produtos é a taxa da planta da Siemens em Amberg (Alemanha), que faz sistemas computadorizados de controle industrial. A taxa provém de uma iniciativa já adotada por empresas como GE e Maseratti (subsidiária da Fiat Chrysler): uma “fábrica digital”, que copia fielmente sua irmã real e projeta as unidades de controle, faz testes, simula a fabricação e programa as máquinas responsáveis por produzi-las. Só depois de todos os problemas serem resolvidos na fábrica digital é que ela transpõe a operação para as instalações concretas. A tendência aponta ainda para um aumento da automação (robôs cuidam de 75% da produção da fábrica de Amberg) e reforça a ideia de que a mão de obra pouco especializada terá cada vez menos espaço na indústria.

 

O segundo buraco negro

Via Láctea: pelo menos dois buracos negros gigantes (Foto: Divulgação)

Um buraco negro com massa cem mil vezes maior que a do Sol foi localizado por astrônomos japoneses em uma nuvem interestelar de gás tóxico flutuando a 200 anos-luz do centro da Via Láctea. Uma vez confirmado, esse será o segundo maior buraco negro em nossa galáxia, atrás do supermaciço Sagitário A*, que está no centro da Via Láctea. Os cientistas encontraram o corpo usando o grande telescópio Alma, no deserto do Atacama (Chile). Os gases dessa nuvem (como cianeto de hidrogênio e monóxido de carbono), diversamente de outras, movem-se a velocidades muito diferentes. Segundo as observações do Alma, as moléculas na nuvem, que tem 150 trilhões de quilômetros de largura, foram atraídas por imensas forças gravitacionais. A causa mais provável, de acordo com modelos de computador, é um buraco negro com no máximo 1,4 trilhão de quilômetros de diâmetro.

 

mil domicílios podem ser abastecidos pelos 158 megawatts produzidos pelo primeiro parque solar do Brasil, inaugurado em setembro em Bom Jesus da Lapa (BA) pela italiana Enel Green Power. A empresa investiu US$ 175 milhões para pôr 500 mil painéis solares em uma área de 330 hectares. A Enel tem outros três projetos na região, que somarão 649 MW.